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quarta-feira, 27 de julho de 2011

QUAL A IMPORTÂNCIA DOS FATOS


O que tem em comum Amy Winehouse e os adolescentes da Noruega? Morreram no dia 23 de julho de 2011, até ai nada demais se não fossem a causa mortis de ambos. Enquanto Amy vivia uma vida no fio da navalha, os jovens da Noruega foram brutalmente assassinados. Mas na imprensa nacional, houve dois pesos e duas medidas para noticiar os ocorridos, claramente o meio de comunicação mais visto no país, a televisão(REDE GLOBO), dedicou na sua preciosa grade de programação maior importância e alta exposição a morte de Amy Winehouse, de que os atentados ocorridos na Noruega.
Frente a ordem social e a paz no mundo, era de esperar que o fato ocorrido no país escandinavo dominasse o noticiário tamanha foi a brutalidade orquestrada pelo assassino Anders Breivik para ceifar vidas inocentes. Mas, aqui no Brasil o que se viu foi justamente o contrário do ocorrido em outros países, que estamparam em seus meios de comunicação a tragédia norueguesa como fato mais importante ocorrido este ano, não deixaram ele contudo de noticiar a morte da Amy, dando-lhe relevância devida, mas não com a enfase observada em nosso país.
Há em curso na Europa uma propaganda xenofóbica, e o ressurgimento de partidos ultradireitistas e ultranacionalistas, que veem no imigrante e no diferente uma verdadeira ameaça à sua nação. Os partidos de ultra-direita da Europa, vem alimentando discursos nacionalistas arraigados de xenofobia, e que nos últimos anos os ajudaram a obterem uma maioria nas eleições de seus países de origem, estas vitorias políticas deste partidos fez com que se acenda a luz amarela em todo o mundo. Foi com um discurso ultranacionalista e xenófobo, que vimos a ascensão de Hitler, e o partido nazista ao poder na Alemanha na década de 30 do século passado. Vimos o que estes discursos de Hitler, causou não só a Europa mais ao mundo, o horror que foi a Segunda Grande Guerra, como as minorias foram brutalmente massacradas, levando ao genocídio de milhares de Judeus e descendentes destes.
Os países europeus começam agora a questionar as ações destes novos hitlerianos com mais veemência, sobretudo os seus partidos políticos, a maioria teme uma nova onda nacionalista, e que possa colocar em cheque a união europeia . Países como França, Itália, Suécia, Áustria, Alemanha, Suíça e a agora Noruega, expõem de vez a fragilidade política em que estão envoltos, em suas fileiras encontram-se ainda sentimentos neonazistas e neofascistas que fazem os imigrantes ficarem atentos, serão eles as primeiras vítimas deste ódio, na concepção destes lunáticos, a culpa de todo o problema econômico vivido em seus países são dos imigrantes, este é o discurso tal qual Hitler usou para que se iniciasse a perseguição aos judeus. Por isso este atentado na Noruega foi e é até o momento amplamente discutido no mundo com apreensão, totalmente o contrário do que temos visto no Brasil, vide no último final de semana a onde o programa Fantástico da Globo, foi praticamente dedicado a cantora Amy Winehouse.
Concordo que era uma superstar do mundo pop, mas daí a morte dela ser mais importante que o atentado contra inocentes na Noruega são outros quinhentos. Devíamos ter vergonha de nossas atitudes, deveríamos estar refletindo sobre nossa condição social quanto a essas questões. Em São Paulo ha grupos neonazistas e apologistas dessas ideias, vide os ataques que nordestinos, nortistas e homossexuais tem sofrido na capital paulista, não estamos nós nesta republica de bananas a salvo desse câncer. Deveríamos estar refletindo e solidarizando com o povo norueguês esta tragédia, mas o que fizemos foi durante todo o final de semana foi colocar em evidencia a morte desta moça, que praticamente cometera o suicídio, em face da vida que a mesma levava, fizemos uma ode ao destempero e a falta de limites cometidos por ela. Não vi um artista comentar ou se sensibilizar com a tragédia norueguesa, enquanto isso todos declamavam com verdadeira adoração os versos da música mais famosa de Amy Winehouse, “rehab”, a onde a mesma já indicava a situação de sua autora, ele simplesmente se negava a se reabilitar, enquanto os mortos da Noruega não tiveram se quer chance de defesa e dos lábios de nossos artistas não vimos uma palavra que fizesse menção a esta tristeza vivida na Noruega. É simplesmente LAMENTÁVEL.

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